terça-feira, 12 de junho de 2012

Vinhos do Brasil






Aqueles que me conhecem sabem da minha aposta nos vinhos brasileiros. Uma crença que persiste apesar de todas as dificuldades com altos impostos e preços, selos fiscais, salvaguardas ou boicotes. 
Mas não é disso que quero falar agora.
Quero falar de bravos produtores, de gente movida pelo amor a terra e ao vinho, gente competente que trabalha duro para produzir algo verdadeiramente bom neste país, vinhos com qualidade e identidade brasileira. Nem melhores ou piores que de outros países, inspirados sim nas referências mundiais. Nem tão pouco iguais ou padronizados, simplesmente bons vinhos brasileiros, dos quais podemos nos orgulhar. 
Sei que muita gente costuma dizer: "ah, mas ainda tem muito o que melhorar". Com certeza! Porém isso não invalida a qualidade que já pode ser sentida hoje em nossas taças.

Ao lado de nomes já bem conhecidos como Miolo, Salton e Casa Valduga, que investiram a passos largos para trazer esta qualidade ao conhecimento do consumidor, há um movimento silencioso de mudanças promovidas por pequenos produtores, jovens enólogos, vinícolas familiares e de boutique, empresários visionários e apaixonados pela bebida, a produzir  vinhos interessantes e originais que em sua maioria não chegam às mãos dos consumidores.
Adolfo Lona, Angheben, Antonio Dias, Boscato, Cave Geisse, Campos de Cima, Cordilheira de Santana, Dezem, Domínio Vicari, Don Abel, Don Giovanni, Don Guerino, Dunamis, Éléphant Rouge, Era dos Ventos, Estrada Real, Guatambu, Larentis, Lídio Carraro, Pizzato, Quinta da Neve, Quinta Santa Maria, Reliquiae Vini, Routhier & Darricarrère, Tormentas, Vallontano, Valmarino, Viapiana,  Villagio Grando, Vinhedo Pedras Altas... Nomes pouco familiares e vinhos que encantam. Boa parte descendentes de imigrantes italianos, mas há também um certo sotaque francês, português, e até mesmo japonês, como da jovem Hiragami de Santa Catarina.


A grande referência do vinho brasileiro ainda é a Serra Gaúcha, mas vale um olhar mais atento sobre os promissores projetos que despontam em novos pólos pelo Brasil, regiões como Campanha Gaúcha e Serra do Sudeste, ao sul do Rio Grande do Sul, Serra Catarinense, oeste do Paraná, Vale do São Francisco e surpreendentemente ao sul de Minas Gerais, região tradicionalmente cafeeira, cujas temperaturas baixas de inverno e elevadas altitudes revelaram uma vocação vitivinícola.


Na opinião de críticos internacionais são vinhos agradáveis e exóticos, que vem de encontro a uma tendência atual de maior frescor, álcool moderado e menor presença de madeira para revelar mais expressão da variedade e do lugar de origem. Por esta razão também estão agradando ao mercado externo, gerando um aumento no volume de exportações que em 2011 atingiu 3 milhões de dólares.

Os espumantes já se consagraram como as grandes estrelas da vinicultura nacional. A Merlot produz belos tintos na Serra Gaúcha. E não pára por aí. Apostas em novas variedades já estão mostrando bons resultados, como as italianas Ancelotta e Teroldego, a portuguesa Touriga Nacional e a pouco conhecida francesa Marselan. Ou também em uvas bem sucedidas no passado como a Cabernet Franc. Há até os que ousam com a caprichosa Pinot Noir.


Agradáveis descobertas que quero compartilhar aqui. 
É provar e conferir!







Um comentário:

Felipe disse...

Concordo com você. Não à comparação e sim à degustação. Tenho passeado pelos vinhos brasileiros e digo: gostado muiot.
Parabéns pelo blog.
Felipe.
http://bebadovinho.blogspot.com